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João Oliveira vence ALUT – Algarviana Ultra Trail, evento que terminou no Cabo de São Vicente, Sagres

05/12/2018

A prova mostrou o Algarve Interior ao mundo

 

O ultramaratonista João Oliveira, da Chaves Run Team-Associação Desportiva Dragões de Chaves, venceu  o ALUT-Algarviana Ultra Trail. Este ano o atleta precisou de apenas 41h40m (menos 1h24m do que em 2017) para percorrer os 300 km que separam Alcoutim do Cabo de São Vicente, em Sagres, pela Via Algarviana. Apesar de repetente no evento, João Oliveira garantiu, à chegada à meta (ver a entrevista completa aqui), que tal facto não foi um fator adjuvante. “Sinceramente não me lembrava de 95% do percurso”, admitiu. Os problemas climatéricos, nomeadamente a chuva e o frio, aliados à lama que se formou no terreno, foram os grandes desafios da prova para este atleta.

O segundo homem a ver o farol do Cabo de São Vicente ainda de dia foi o japonês Wataru Iino. O atleta, que no ano passado venceu a Badwater, no EUA, e que já participou nas provas mais exigentes do circuito mundial, como a Maratona das Areias ou a Diagonal des Fous, precisou de pouco mais de 46 horas para terminar esta viagem pelo Interior Algarvio, proporcionada pela ATR- Algarve Trail Running, com o apoio da RTA-Região de Turismo do Algarve, da ANA - Aeroportos e da Associação Almargem. O terceiro classificado, João Faustino, a correr pelo Pronto a Comer A Cozinha Portimão, chegou à meta às 22h30m, após 54h de prova.

Entre as mulheres a disputa foi renhida, mas a vencedora foi a francesa Sylvie Mathis, que liderou a prova desde o segundo terço, seguida por Patrícia Carvalho, da ATR – Algarve Trail Running, e Cidália Martins, da equipa Vendas Novas Trail. De destacar Patrícia Carvalho, que depois de ter sido a única mulher a aceitar o desafio no ano passado, este ano regressou não só para terminar, como para alcançar um lugar no pódio.

 

A solidariedade ganhou por equipas

Além da vertente a solo, o ALUT também podia ser concluído por equipas de dois, três ou quatro elementos. Nesta modalidade, a equipa Helpo@ALUT, constituída pelos atletas Paulo Alves, Francisco Dias, Rosa Silvestre e Marcelo Silva, voltou este ano também a ser a mais rápida a chegar à meta e a única a bater João Oliveira. Este ano, a equipa correu pela reflorestação de Monchique, o concelho mais afetado pelos incêndios deste Verão (veja aqui a entrevista à chegada e como ainda pode ajudar esta causa).

Em segundo lugar chegou a equipa ATR- Algarve Trail Running, constituída por Ana Peixinho, José Pina, Ivo Roque e Lúcio Sustelo. A terceira equipa a fechar o pódio foi a Loulegest constituída por Marisa Francisco, João Martins e Vicélio Mendes.

A cerimónia de entrega de prémios, que decorreu no domingo às 14h30m, no Cabo de São Vicente, em Sagres, contou com a presença da Câmara Municipal de Vila do Bispo, da Associação Almargem, da Marinha e da GNR e, coincidiu com a chegada dos últimos atletas à meta. Desta forma, “foi possível garantir que todos os atletas se sentiram acompanhados do início ao fim, vincando o cariz familiar desta prova que, nunca é de mais referir, ‘é feita de atletas para atletas’”, destacou Germano Magalhães, da organização. E acrescentou: “Esta é também uma forma de mostrar às pessoas que se deslocaram ao Cabo de São Vicente e que normalmente não participam neste tipo de eventos, a exigência do mesmo, mas também a cumplicidade e familiaridade que se cria. Começamos como ilustres desconhecidos e acabamos como uma família.”

 

O Algarve “na boca do mundo”

De acordo com Bruno Rodrigues, também da organização, “a prova superou todas as expetativas em termos de participação de atletas, equipas de apoio, famílias e envolvimento dos organismos e população locais”. Depois de uma primeira edição na qual o ALUT teve como missão mostrar que poderia ser um cartão de visita para o Algarve, particularmente, o Interior, a organização do ALUT mostrou-se agradavelmente surpreendida pelo apoio recebido não só dos parceiros RTA, ANA e Associação Almargem, como de todas as câmaras municipais, juntas de freguesia, bombeiros voluntários e grupos e coletividades locais, além da população que durante três dias incentivou os atletas ao longo do percurso e fez questão de os mimar nas bases de vida, com produtos caseiros e regionais.

Mais surpreendente ainda foi “o impacto que a prova teve a nível nacional e internacional, seja na vertente competitiva como no interesse gerado em acompanhar o evento e conhecer a região através dele”, realça Bruno Rodrigues. Na vertente desportiva, destaque para a qualidade dos atletas, que se refletiu nos tempos alcançados, mas também para a participação de atletas de 12 nacionalidades, incluindo o Japão, país de origem do segundo classificado, que em 2017 venceu uma das provas mais exigentes do mundo, a Badwater.

Do ponto de vista do interesse no evento, sublinha-se, além das pessoas que se deslocaram ao Algarve para assistir à prova, mesmo não tendo familiares e amigos a competir; o facto de as populações locais terem saído à rua para incentivar e apoiar os atletas; e o número de pessoas que acompanharam a prova através da plataforma www.live.alut.pt. “Tivemos uma média de 45 000 page views diárias durante os três dias do evento”, concretizou Germano Magalhães.

Presentes na cerimónia de entrega de prémios estiveram representantes das entidades parceiras do evento, que reconheceram a importância do mesmo para a divulgação e promoção do Interior Algarvio, das suas gentes e cultura, mas também a qualidade organizativa do mesmo. “O Município de Vila do Bispo tem vindo a apoiar esta segunda edição, no âmbito da sua aposta no turismo de natureza, dentro da qual temos vindo a homologar mais alguns percursos em conjunto com a Associação Almargem e com a Rota Vicentina. É um apoio para continuar, a organização é excelente e está tudo muito bem planeado”, destacou a vice-presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, Rute Silva.

Em representação da Associação Almargem, entidade gestora da Via Algarviana, esteve o seu vice-presidente, Edgar Figueiredo, que referiu: “No Algarve pensa-se muito no turismo de praia, esquecendo-se o Interior, pelo que o objectivo da Via Algarviana é precisamente chamar a atenção para este Algarve mais esquecido. Este tipo de eventos promove a Via Algarviana em Portugal e lá fora, pelo que ao associarmo-nos ao ALUT estamos a dinamizar a Via Algarviana e o Turismo do Algarve, que cada vez mais deve ser associado a um destino de Natureza e não apenas de massas de praia”.

Por seu turno, o comandante do posto da GNR de Vila do Bispo em suplência, Paulo Amador sublinhou o facto de a qualidade organizativa do evento facilitar a garantia de segurança do mesmo. “A nossa maior dificuldade atualmente é ter profissionais suficientes para dar resposta a todas as solicitações, no entanto, o facto de esta ser uma prova na qual os atletas vêm com alguma distância entre eles e da organização ter tudo muito bem estruturado facilita o nosso trabalho”. Já o chefe do Farol do Cabo de São Vicente, António Correia relevou: “Este é um evento com um objetivo que me diz muito, que é o de dar a conhecer o Interior do Algarve, que muita gente não conhece e é tão bonito. Além disso, o percurso também reflete a história da Marinha, porque começa onde nos deparávamos com as Invasões Espanholas e termina aqui no Cabo de São Vicente onde outrora se combateram os piratas.”

Para o ano o ALUT – Algarviana Ultra Trail já tem data marcada entre 28 de novembro e 1 de dezembro e com novidades. “Estamos a pensar, neste último sector, entre Vila dos Bispo e o Cabo de São Vicente, se continuarmos neste sentido, permitir o acompanhamento dos atletas”, adiantou Bruno Rodrigues. Apesar do interesse no evento cada vez mais crescente dos atletas, o número de inscrições disponibilizadas manter-se-á nos 100. “Este número reflete o limite das nossas capacidades para conhecermos e tratarmos cada atleta de forma individual, com toda a dedicação e atenção. O ALUT não é uma corrida, é uma viagem. Uma viagem interior, pelo Interior e nada disto é compatível com um evento de massas”, concluiu Germano Magalhães.

 

O ALUT 2018 EM NÚMEROS

 100 inscritos

 87 a solo

23 em equipa (1 dupla e 5 quadras)

85 homens (66 a solo e 19 em equipa)

15 mulheres (12 a solo e 4 em equipa)

 

12 nacionalidades

 Portugal

Espanha

França

Suécia

Escócia

Inglaterra

Luxemburgo

Polónia

Uruguai

Canadá

Estados Unidos

Japão

Dos 100 inscritos partiram a solo 39 homens e 8 mulheres, mas apenas 28 bravos e 5 heroínas conseguiram chegar ao fim. Já as equipas em prova (5 quadras e uma dupla) todas terminaram.

 

 

 

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